quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

WASHINGTON LUÍS PEREIRA DE SOUZA

WASHINGTON LUÍS PEREIRA DE SOUZA:
Nasceu no dia 26 de outubro de 1869, em Macaé, cidade do litoral do Estado do Rio de Janeiro. Filho de Joaquim Luís Pereira de Souza e Florinda Sá Pinto Pereira de Souza. Assim como a maioria dos meninos de Macaé, ele foi aprender as primeiras letras na escola dirigida por dona Rosa Ferrão. Em 1884, estava matriculado no internato do Colégio Pedro II, na Tijuca, que àquela época funcionava no Largo da Segunda-Feira. Transferido para o Colégio Augusto, pagando matrícula em parcelas, e tendo freqüência livre nos cursos. Washington Luís submeteu-se no Rio de Janeiro, entre 1885 e 1887, aos exames preparatórios, conseguindo aprovação “plena” em português, aritmética, geografia, retórica e poética e história. Em inglês, geometria e francês, obteve apenas o grau de “aprovado”. Em dezembro de 1888, já em São Paulo, e às portas da Faculdade de Direito, prestou exames nas matérias que faltavam, conseguindo grau de “aprovado” em latim e filosofia. No ano seguinte, munido das respectivas certidões, assinou o requerimento para ingressar no curso superior. Em 1889, Washington já como estudante de Direito, foi residir em uma república, no bairro da Glória. Aproveitando-se das mudanças introduzidas no sistema de exames pelo novo regime republicano (aos interessados era facultado requerer inscrição de exame para uma ou mais séries, ou para uma ou mais cadeiras, e prestá-los fora da época regimental – novembro de cada ano – abreviando assim a duração do curso), Washington fez o curso de cinco anos em apenas três, tornando-se bacharel. Para fazer os exames extraordinários, transferiu-se para a Faculdade de Direito de Recife. Em outubro de 1891, ele regressou a São Paulo a fim de prestar os exames do 5º ano. Conquistado o título de bacharel, estava habilitado para o exercício profissional. Quando estudava em São Paulo, conheceu Sofia Paes de Barros. Depois de formado e já com escritório de advocacia funcionando, Washington Luís casou-se com Sofia no dia 04 de março de 1900, e tiveram quatro filhos: Florinda Maria, Rafael Luís, Caio Luís e Vítor Luís. Washington conseguiu ser nomeado promotor público em Barra Mansa, sendo depois transferido para Cabo Frio. Pedindo exoneração do cargo e rumou para Batatais, onde tornou-se sócio do escritório de advocacia de Joaquim Celidônio, sendo muito bem-sucedido nessa empresa. Algum tempo depois, desfeita a sociedade, Washington montou seu próprio escritório, passando também a colaborar como jornalista no jornal “A Penna”, e posteriormente no “A Lei”. Participando ativamente da sociedade de Batatais, em 1894 foi eleito vereador e presidente da Câmara. Fez votar uma lei que estabelecia na cidade de Batatais um calendário independente do que vigorava no resto do país para as eleições. Depois de casado, mudou-se para a capital, alugando uma residência e montando um escritório de advocacia. Sempre envolvido na política, e conquistando espaço na capital, Washington Luís, em 1904 candidatou-se a deputado estadual, elegendo-se com 33.652 votos. Logo a seguir, em 1905, foi nomeado para a recém-criada Secretaria da Justiça, anteriormente ligada à Secretaria do Interior. Criou a Secretaria da Justiça e Segurança Pública, tendo se destacado na reforma da Constituição do Estado de São Paulo. Criou a instituição da polícia de carreira, pondo fim à autoridade leiga e instituindo a obrigatoriedade do diploma de advogado para os delegados de polícia; fez inovações tanto na polícia como na Força Pública de São Paulo, introduzindo a educação física e a instrução militar. Em 1912, terminada sua gestão, decidiu descansar, indo com a família para Buenos Aires. Quando retornou, concorreu às eleições para deputado, se elegendo. Em 1917 era prefeito de São Paulo, considerado de pulso firme, pela tranqüilidade com que superou a onda de diversas greves. No final de 1917, Washington Luís reelegeu-se para prefeito de são Paulo, começando, já, a combater uma epidemia de gripe espanhola, que assolou a cidade, matando mais de oito mil pessoas. Com o prestígio que gozava no PRP, em 1919, entregou o cargo de prefeito e candidatou-se à sucessão do governo de São Paulo. Eleito como presidente de São Paulo, tomou posse em maio de 1920. No governo estadual, continuou dando especial atenção à expansão do sistema rodoviário, abrindo mais de 823 quilômetros de novas estradas de rodagem. Com a morte de Alfredo Ellis, em 1924, Washington Luís ocupou sua vaga no Senado. Por pouco tempo, já que na convenção de 1925, teve seu nome indicado para a Presidência da República. Legítimo representante do PRP, e tendo o apoio mineiro e pelos demais Estados da Federação, foi eleito com 688.528 votos, tornando-se Presidente quase que por aclamação geral, pois, foi candidato único. Para seu vice, foi indicado o nome do então presidente de Minas Gerais, Mello Vianna. No dia 15 de novembro de 1926, tomou posse com aclamação e uma chuva de pétalas de flores, da população do Rio de Janeiro, satisfeitos por se livrarem de Arthur Bernardes. Não querendo morar no Palácio do Catete, preferindo morar no Palácio Guanabara. O primeiro impacto causado, foi quando convidou Getúlio Vargas (que dizia sempre não entender nada de finanças) para comandar a pasta da Fazenda. Criou uma nova moeda (o cruzeiro), criando também a Caixa de Estabilização; extinguiu a censura à imprensa; mandou libertar todos os presos políticos sem processo formado e desativou alguns presídios, como o da ilha de Trindade e o de Clevelândia. Suspendeu o estado de sítio em que se encontrava o país e permitiu a legalização do Partido Comunista, na época PCB. Com o crescimento da oposição, Washington Luís endureceu: conseguiu aprovação de projeto de lei que criava rigorosa censura à imprensa e à liberdade de expressão, mandando para a prisão vários jornalistas e operários, e recolocou o PCB e seus membros na ilegalidade. Construiu a estrada que ligava o Rio de Janeiro a Petrópolis e à cidade de São Paulo, que na época tinha início no Engenho de Dentro. Em janeiro de 1930, Getúlio Vargas chegou ao Rio de Janeiro para apresentar-se aos eleitores como candidato à Presidência. Diante de uma multidão aglomerada na recém-aberta Esplanada do Castelo, Vargas inovou, lendo sua plataforma política para o povo, coisa que até então era apresentado em banquetes para convidados especiais. Nas eleições de 1º de março de 1930, o candidato oficial de Washington Luís, Julio Prestes venceu folgadamente, recebendo 1.115.377 votos contra 782.663 computados para Getúlio Vargas. Os ânimos parecia apaziguado, quando, em um acidente aéreo no Uruguai, revelou a existência de um complô para derrubar o presidente. O vôo tinha dois brasileiros viajando com passaporte falso: eram o rebelde da Coluna Prestes Antônio de Siqueira Campos, e João Alberto Lins de Barros. Ambos tinham ido à Argentina para procurar o apoio de Luiz Carlos Prestes para depor Washington Luís. Em 03 de outubro de 1930, numa ação conjunta, levantaram-se quase todas as guarnições militares do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba. As forças rebeldes, lenço vermelho no pescoço, marchavam em direção ao Rio de Janeiro. No dia 24 de outubro uma Junta Militar, formada pelos generais Augusto Tasso Fragoso, João Menna Barreto e pelo almirante Isaías de Noronha, procurou Washington Luís, garantindo sua integridade física e de seu secretariado e familiares, sendo que Washington seria encarcerado no Forte Copacabana, para onde foi transferido, e onde completou seus 61 anos. Em 21 de novembro de 1930, embarcou para a Europa, para um longo exílio. Em 1934, sua esposa morreu na Suíça, e ele só retornou ao Brasil em 1945, depois de Getúlio Vargas deixar o poder. Fixou residência em São Paulo e nunca mais se envolveu em política. Washington Luís Pereira de Souza faleceu em São Paulo, no dia 04 de agosto de 1957, em sua residência na Rua Haddock Lobo, 1.307. O que parecia uma simples gripe passou a um colapso periférico, falecendo às 22h15. Foi seu discurso: “Todo esse bracejar para o progresso, todo esse movimento de brio e de honra, todo esse trabalhar pela estabilidade da República federativa, tudo isso [...] foi assim, tem sido e continuará a ser, obra comum, composta de esforços ignorados de vontades desconhecidas, de energias que não se revelam, de abnegações que não querem ter nomes, de heroísmos que não visam à popularidade, de todos aqueles que, vivendo na amorável terra paulista, amam e a estremecem; forças dispersas, impessoais, imponderáveis, que se corporificam e vão viver no partido republicano de São Paulo, que sabe escolher e eleger os seus Governos, síntese da vida social e administrativa do Estado. [...]”
WASHINGTON LUÍS
Pesquisa: Hélvio Gomes Cordeiro (membro do Instituto Historiar).
Fonte: Presidentes do Brasil, Editora Rio.

FONTE: http://institutohistoriar.blogspot.com/2008/11/srie-presidentes-do-brasil.html

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