quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Junta Governativa Provisória JOÃO DE DEUS MENNA BARRETO

JOÃO DE DEUS MENNA BARRETO
(segundo membro da Junta Governativa Provisória)

Nasceu no dia 30 de junho de 1874, na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Filho de José Luiz Menna Barreto e de Rita de Cássia Menna Barreto. Único homem, dos quatro filhos de José Luiz, Menna Barreto já nasceu com expectativa da família para seguir a carreira militar. Aos cinco anos, perdeu o pai, e aos 16 assentou praça voluntária no 30º Batalhão de Infantaria, para ingresso na Escola Militar do Rio Grande do Sul. Em 1893, Menna Barreto saiu da Escola Militar e ingressou diretamente no 4º Batalhão de Infantaria. Em agosto, foi comissionado no posto de alferes. No mês seguinte, apresentou-se no comando da Divisão do Norte, para ser nomeado assistente do ajudante de ordens do general Francisco Rodrigues de Lima. Em março de 1898, pouco antes de completar 24 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro para ingressar na Escola Militar, na Praia Vermelha. Menna Barreto foi aprovado em quase todas as disciplinas, com exceção de química e metalurgia, o que o impediu de cursar Engenharia Militar e o bacharelado em Ciências Físicas e Matemáticas. Com o curso geral que fez, ele pôde ingressar na Infantaria, na qual foi promovido ao posto de tenente em 1900. Em seguida, foi designado para servir como comandante de companhia do 32º Batalhão de Infantaria, na cidade de São Gabriel, no Rio Grande do Sul. Casou-se em 08 de dezembro de 1900, no Rio de Janeiro, capital federal, com Ernestina Estela de Noronha, e tiveram três filhos: Waldemar, João de Deus e Paulo Emílio. Em 1904, participou das forças enviadas ao Vale do Amazonas, na chamada “Questão do Acre”, que havia sido anexada ao Brasil. Em 1910, foi promovido a major e, dias depois, seria nomeado adjunto do gabinete do Ministro da Guerra. Em 1915, Menna Barreto foi promovido ao posto de tenente-coronel, e foi designado para comandar o 4º Regimento de Infantaria, em Curitiba, no Paraná. Sendo promovido a coronel, em 1918, foi designado para comandar o 3º Regimento de Infantaria no Rio de Janeiro, onde permaneceu por três anos. Em 1921, Menna Barreto foi promovido a general de brigada, e, logo após, era nomeado inspetor de infantaria da 1ª e da 2ª Região Militar, respectivamente, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Chegou ao posto de comandante da 2ª Brigada de Infantaria em 1922 e, poucos meses depois, ao posto de general. Em 1924, assumiu o comando do Destacamento Norte, formado de tropas do Exército e da Marinha, e, por ações de tropas sob seu comando, Menna Barreto recebeu o título de “Pacificador da Amazônia”. Neste mesmo ano, foi promovido por decreto a general de divisão, e, logo depois era nomeado comandante da 1ª Região Militar e da 1ª Divisão de Infantaria, no Distrito Federal. Em 1926 e 1927 foi eleito para a presidência do Clube Militar. Em 1927, foi nomeado inspetor do 1º Grupo de Regiões Militares, e passou a inspecionar regimentos e batalhões do Exército, até se envolver na organização do golpe que derrubou o presidente Washington Luís, em 1930. Não houve eleições, tendo o general Menna Barreto chegado à Presidência da República como membro da Junta Governativa Provisória que depôs o presidente em um golpe de estado. Ficando na Presidência da República por pouco tempo (período suficiente para preparar a posse de Getúlio Vargas), Menna Barreto foi convidado por Oswaldo Aranha para ocupar o Ministério da Guerra do Governo Provisório de Getúlio Vargas. Não aceitou, considerando-se impedido por ter feito parte da Junta Governativa. Sugeriu no mesmo momento que fossem mantidos nas pastas militares os mesmos generais interinos que estavam atuando. Em 1931, foi nomeado interventor no Estado do Rio de Janeiro, com sede no Palácio do Ingá, em Niterói. Preocupado com o bem público, pagava do próprio bolso as contas de luz, gás e demais despesas do palácio, sem nunca ter cobrado restituição do governo. Permaneceu como interventor até novembro de 1931, sendo nomeado ministro do Supremo Tribunal Militar. João de Deus Menna Barreto morreu no dia 25 de março de 1933, pouco antes de completar 60 anos de idade, em sua residência à Rua São Francisco Xavier nº 929, no Rio de Janeiro, e a causa de sua morte não foi divulgada, sendo comentado que teria sido de câncer de fígado, porém esse fato nunca foi confirmado. Foi parte de seu discurso: “Exmo. Sr. Presidente da República – A nação em armas, de norte a sul, irmãos contra irmãos, pais contra filhos, já retalhada, ensangüentada, anseia por um sinal que faça cessar a luta inglória, que faça voltar a Paz aos espíritos, que derive para uma benéfica reconstrução urgente às energias desencadeadas para a destruição. As forças armadas, permanentes, têm sido manejadas como argumento único para resolver o problema político e só têm conseguido causar feridas, luto e ruínas. O descontentamento nacional sempre subsiste e cresce, porque o vencido não pode convencer-se de que quem teve mais força tinha mais razão, o mesmo resultado reproduzir-se-á como desfecho da guerra civil, a mais vultosa que já se viu no país. A salvação pública, a integridade da nação, o decoro do Brasil e até mesmo a glória de V. Exa. instam, urgem e imperiosamente comandam a V. Exa. que entregue os destinos do Brasil no atual momento aos cuidados dos seus generais de Terra e Mar. Tem V. Exa. o prazo de meia hora, a contar do recebimento desta, para comunicar ao portador a sua resolução e, sendo favorável, como toda Nação livre o deseja, deixará o poder com todas as honras e garantias”.



Menna Barreto

Pesquisa: Hélvio Gomes Cordeiro (membro do Instituto Historiar).
Fonte: Presidentes do Brasil, Editora Rio.

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