quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

MANUEL FLORIANO VIEIRA PEIXOTO

MANUEL FLORIANO VIEIRA PEIXOTO: Nascido em 30 de abril de 1839, no Engenho de Riacho Grande, povoado de Ipioca, em Alagoas. Filho de Manuel Vieira de Araújo Peixoto e D. Ana Joaquina de Albuquerque Peixoto. A família vivia com muita dificuldade e o menino Floriano, com apenas 10 anos de idade, foi entregue ao abastado tio, o coronel José Vieira de Araújo Peixoto, que não tinha filho homem e o aceitou como afilhado e passou a viver no Engenho Ponte Grande. Floriano cresceu sob as ordens e a disciplina do coronel Vieira Peixoto, que, militar reconhecidamente brilhante, ensinou ao menino tudo o que deveria fazer para se tornar um oficial de valor e honrar o Exército. Floriano começou a ler sob a orientação de um amigo do coronel Vieira Peixoto, o padre Afonso Cavalheiros de Melo, que para isso se hospedou no Engenho Ponte Grande. Passada essa fase e tendo o menino correspondido Às altas expectativas de seu pai adotivo, toda a família se deslocou para a capital, onde Floriano ficou no internato do Colégio Espírito Santo para fazer o curso primário. Aos 16 anos, estava na Corte, no Rio de Janeiro, ficando matriculado por dois anos no Colégio São Pedro de Alcântara para os estudos do curso secundário – os “preparatórios”, como se chamavam então as “humanidades propedêuticas” – aos cuidados do diretor, padre José Mendes Paiva. Floriano sabia o que queria ser. Sua primeira iniciativa foi assentar praça, no dia 01 de maio de 1857, como soldado voluntário, no Primeiro Batalhão de Artilharia a Pé. Sua função: guarnecer a Fortaleza de Santa Cruz, onde jurou bandeira. Ao lado disso, era candidato a cadete da Escola Militar e, nessa condição, foi dispensado do serviço para seguir o que então se chamava “Curso de Armas da Escola Militar e de Aplicação do Exército”. Depois de um ano foi aprovado nas matérias teóricas e habilitado nas práticas da “aula provisória” – um pré-requisito para admissão na famosa escola. Mas isso ainda não era suficiente para que ele entrasse na posição de cadete. Assim, o jovem Floriano requereu formalmente uma espécie de segunda chance na prova de “generalidades”. “Os estatutos não consentem”, alegou o comandante da escola. Considerado inabilitado para o posto de primeiro-cadete, matriculou-se então, em 1858, na Escola Central do Exército. No terceiro ano, foi promovido a cabo e, em seguida, a segundo-sargento. Ingressou, enfim, na Escola Militar da Praia Vermelha no ano de 1860. Recém-admitido, recusou submeter-se aos trotes aplicados aos novos alunos, chamados de “bichos” pelos veteranos. Alguns de seus colegas de curso lhe deram apoio, como: João Neiva, Juca Paranhos (filho do Visconde do Rio Branco). Floriano casou-se com a filha de seu pai adotivo, a prima Josina Vieira Peixoto, nascida em 1857 e dezoito anos mais nova do que ele. O casamento aconteceu no Engenho Itamaracá, na localidade de Murici, em Alagoas, no dia 11 de maio de 1872. Do casamento de Floriano e Josina nasceram sete filhos: Floriano Peixoto Filho, José Floriano Peixoto, Ana Vieira Peixoto, Maria Tereza Vieira Peixoto, Maria Amália Vieira Peixoto, Josina Vieira Peixoto Sampaio Viana e a caçula, Maria Anunciada Vieira Peixoto, que tinha apenas 06 anos quando o pai morreu. Ao final de 1863, já como primeiro-tenente, tomou o rumo do Rio Grande do Sul. Embarcando no Rio de Janeiro com o Primeiro Batalhão de Voluntários da Pátria, seu batismo de fogo aconteceria na Guerra do Paraguai. Seu nome começou a ser citado em ofícios: em 1865, duas vezes, pelo comandante da Guarnição de Bagé, primeiro como membro do Segundo Batalhão de Infantaria, e, em seguida, do Primeiro Batalhão de Artilharia a Pé. Floriano recebeu elogios também do comandante da Guarnição de Uruguaiana: além de ter sido um bom tutor de tropa, eficientíssimo ao preparar atiradores, ainda revelou suas qualidades como organizador de entrincheiramentos. No combate de Itaí, em plena Guerra do Paraguai, Floriano destacou-se na operação de ataque às canoas paraguaias que traziam tropas e armamentos. Esta foi sua primeira experiência de chefia em manobras de guerra – experiência plenamente recompensada por um decreto imperial de 03 de janeiro de 1886, nomeando-o para a Ordem de Cristo. Já havia participado das batalhas de Tuiuti, Itororó, Lomas Valentinas, Angustura e havia ficado conhecido entre seus pares por sua “fria intrepidez”. Assim que chegou ao Rio de Janeiro, Floriano faz um requerimento insólito: queria submeter-se ao exame de Mineralogia, disciplina que lhe faltava para completar o bacharelado em Ciências Físicas e Matemáticas. Foi aprovado e, enfim, recebeu o diploma. Finda a guerra, no final de 1870 foi nomeado inspetor encarregado das fortificações e demais obras militares em Mato Grosso. Em seguida, atuou como membro da Comissão de Melhoramentos de Material do Exército. Em 1874 foi promovido a coronel e nomeado para o comando do Terceiro Regimento de Artilharia a Cavalo, no qual permaneceu por quatro anos. Findo esse período, em março de 1879, tornou-se diretor do Arsenal de Guerra de Pernambuco, com função de inspetor dos estabelecimentos militares da Região Nordeste. Nesta época, recebeu várias condecorações: Cavaleiro da Ordem da Rosa, pela Batalha do Tuiuti; Cavaleiro da Imperial Ordem do Cruzeiro, pelos combates da Dezembrada e da Campanha da Cordilheira; Medalha de Uruguaiana, pelo comando da frotilha do Uruguai; e Medalha Geral da Campanha do Paraguai. Em 1883 foi promovido a brigadeiro (general-de-brigada). Em 1884 era Comandante das Armas e presidente da Província de Mato Grosso. Pouco depois de proclamada a República, Floriano já se apresentava como uma opção militar para ocupar a primeira Presidência do país – uma alternativa mais autenticamente republicana do que Deodoro, que nunca deixou de aparecer como um monarquista para as forças políticas que se reorganizavam. Em 1890, na casa do general José Simeão de Oliveira, Floriano, o almirante Custódio de Mello e o republicano paulista Campos Salles definiram a chapa de oposição a Deodoro na futura eleição presidencial. Os candidatos seriam: Prudente de Moraes para presidente e Floriano Peixoto para vice. Mas Floriano seria candidato à Presidência em outra chapa. Ele não conseguiu se eleger presidente, mas, com 153 votos contra 57, chegou à vice-Presidência, derrotando o vice-almirante Eduardo Wandenkolk (candidato de Deodoro). O desenrolar dos acontecimentos, todavia, acabou levando Floriano à Presidência oito meses e oito dias após sua posse como vice. Estando em casa, recebe a visita do Chefe da Casa Militar de Deodoro com o seguinte recado: “- O Generalíssimo Deodoro acaba de decidir renunciar ao Governo e manda chamá-lo para assumir a Presidência da República”. O primeiro ato de Floriano ao receber o comando do país foi desfazer o que Deodoro havia determinado ao tentar o golpe em 03 de novembro de 1891: suspendeu o estado de sítio e revogou a dissolução do Parlamento. Para tanto, lançou o Decreto nº 686, de 23 de novembro de 1891, segundo o qual: “(...) em caso algum pode ser dissolvido o Congresso Nacional por ato do Poder Executivo, (...) somente em casos de agressão estrangeira ou grave comoção intestina pode ser declarado o estado de sítio em algum ponto do território nacional.” Floriano deixou o poder já doente dos pulmões. Mesmo as homenagens que lhe prestaram – como a entrega da espada de ouro, no dia 15 de novembro de 1894, tendo à frente José Joaquim de Miranda Horta, Frederico Borges e a redação de “O País” – não o animaram a sair da cama. No final desse ano foi, por ordem médica, para a cidade de Bicas e, em seguida, para Cambuquira, ambas em Minas Gerais. Desta última, em 20 de maio de 1895, enviou para o Rio uma carta dirigida à esposa: “Sinhá – Regressei hoje da Campanha acompanhado até aqui pelas pessoas mais importantes da cidade. Acho-me melhor da tal bronquite, que ali levou-me à cama, mas ainda sinto-me bastante atacado. O que tenho passado na sua ausência – já de oito dias – só eu sei (...). Já me falta a paciência para sofrer, mas o que fazer? O tempo tem estado péssimo por causa da friagem e os médicos dizem que devo retirar-me sem demora: por isso, aí vai o Dr. Pedro Nolasco para escolher se devo ir para Divisa ou para Palmeiras. Parece-me melhor Divisa (...). Floriano Peixoto morreu no dia 29 de junho de 1895, depois de quase dois meses afastado da família, em busca de bons ares para tratar-se dos pulmões. A despedida dos filhos e da esposa fora breve – o adeus de quem esperava voltar a vê-los. Seus últimos dias, passou bastante triste. No dia anterior à sua morte, sofreu uma forte crise. Amenizava-lhe a dor estar em ambiente familiar em Divisa, atual distrito de Floriano, no município de Barra Mansa (RJ). O corpo de Floriano chegou cedo, às sete horas da manhã, à sua casa da Rua da Emancipação, no Rio de Janeiro. Às oito e meia, já havia começado o trabalho de embalsamento, que só foi terminar passadas mais de duas horas. Junto ao corpo, vestido com a farda de marechal, a espada de ouro recebida no último 15 de novembro, diante da qual ele havia dito: “Quisera eu ter forças para empunhar essa espada e poder defender a República, porque a República está mal”. Pronunciamento de Floriano Peixoto: “A vós, que sois moços e trazeis vivo e ardente no coração o amor da Pátria e da República, a vós corre o dever de ampará-la dos ataques insidiosos dos inimigos. Diz-se e repete-se que ela está consolidada e não corre perigo. Não vos fieis nisso, nem vos deixeis apanhar de surpresa. O fermento da restauração (...) agita-se em uma ação lenta, mas contínua e surda. Alerta, pois! A mim me chamais o Consolidador da República. (...) Consolidador da República é a Guarda Nacional, são os corpos de polícia da Capital e do Estado do Rio, batendo-se com inexcedível heroísmo e selando com o seu
sangue as instituições proclamadas pela revolução de 15 de novembro. Consolidador da República é a mocidade das escolas civis e militares, derramando o seu sangue generoso para com ele escrever a página mais brilhan
te da história das nossas lutas. (...).
Marechal Floriano Peixoto
Pesquisa: Hélvio Gomes Cordeiro (Instituto Historiar).
Fonte: Presidentes do Brasil - Editora Rio.
 
FONTE: http://institutohistoriar.blogspot.com/2008/08/srie-presidentes-do-brasil_11.html

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