quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

HUMBERTO DE ALENCAR CASTELLO BRANCO:

HUMBERTO DE ALENCAR CASTELLO BRANCO:Nasceu no dia 20 de setembro de 1897 na cidade de Mecejana, distrito de Fortaleza no Ceará. Filho de Cândido Borges Castello Branco e dona Antonieta de Alencar Castello Branco. Chegou ao Rio de Janeiro com 2 anos de idade. Aos 6 anos, estava em Recife, onde foi matriculado no Colégio São Rafael, dirigido por duas freiras. Uma delas (a Irmã Inês) chamou seus pais para dizer que não via grandes chances de sucesso na tarefa de educar o pequeno Humberto, em virtude de sua limitada capacidade e suas deficiências intelectuais. No ano seguinte, a família regressou a Fortaleza, onde passaria quatro anos. Humberto começou a gostar de estudar e, principalmente, a experimentar as despreocupações de uma infância estável. O estudo em nada atrapalhou os interesses do menino. Nesse período de 4 anos, Humberto descobriu o prazer pelo estudo, chegando a memorizar trechos inteiros dos livros de José de Alencar, que estava entre os de sua leitura constante. Entre 1909 e 1911, freqüentou três escolas diferentes. Em Recife, estudou no Colégio Aires Gama; depois, foi para o Liceu do Piauí, em Teresina; em seguida, para o do Maranhão, São Luís. Em Teresina, ajudou o irmão Candinho a fazer um pequeno jornal do Liceu e foi o único dos sete alunos de sua turma a passar de ano. O estudo no Liceu do Maranhão foi interrompido em 1912, quando o pai foi transferido para o Rio Pardo, no Rio Grande do Sul. Por sua solicitação, o pai o matriculou na Escola Militar, que estava para ser inaugurada em Porto Alegre, descartando a hipótese de ser mandado para estudar no Rio de Janeiro. Para matriculá-lo e ter direito ao ensino gratuito, seu registro de nascimento foi adulterado. Ele, oficialmente, passara a pertencer à geração de 1900. Estava legalmente três anos mais novo (porque apenas os menores de 12 anos podiam estudar no Colégio Militar com gratuidade), porque, na realidade Humberto já havia completado 14 anos. Completou o curso preliminar em 1913, obtendo nota máxima, repetindo seu bom desempenho no ano seguinte, no curso geral. Estando afastado da família que havia seguido para o Recife e depois, para o Rio de Janeiro, ele se concentrava nos estudos e nas leituras literárias, que o levou a ingressar na Sociedade Cívica e Literária do colégio, da qual se tornou orador, em 1916. No início do último ano de curso, Castello Branco exibia a segunda melhor média entre todos os alunos (o primeiro lugar, como sempre, era do colega Arthur da Costa e Silva), que se sentiu, no ano de 1917, pronto pra iniciar seus estudos no Rio de Janeiro. Em 1919, quando estava com 22 anos, conheceu a jovem Argentina Vianna através de sua irmã Lurdinha que morava em Belo Horizonte, depois de uma visita, que incentivou o começo do namoro. Casaram-se no dia 06 de fevereiro de 1922 e tiveram dois filhos: Antonieta e Paulo. Para chegar à Presidência da República, Castello Branco havia ingressado como cadete na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro. No ano seguinte optou pela Infantaria, concluindo o curso em 1921, passando a aspirante a oficial, sendo transferido para a 2ª Companhia do 12º Regimento de Infantaria em Belo Horizonte. No ano seguinte foi promovido a segundo-tenente. Em 1922, foi promovido a primeiro-tenente. Em 1924, recebeu indicação para cursar a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, na Vila Militar, no Rio de Janeiro, concluindo seu curso no final deste mesmo ano como segundo melhor aluno da turma. Em 1927, foi designado ajudante de instrutor de Infantaria, em Realengo. Em 1931, iniciou o último ano do curso, concluindo em 1932, quando passou para assistente do diretor de estudos militares na Escola de Realengo. Em 1933, começou a publicar artigos no jornal “Gazeta do Rio”, sobre os seus conceitos do papel do Exército e dos militares na política em estreita relação com os trabalhos da Assembléia Constituinte, assinando como “Coronel Y”. Em 1936, fez um requerimento para estudar na Escola Superior de Guerra, em Paris, e teve o apoio do major Floriano de Lima Brayner, do gabinete do Ministro da Guerra. Depois de um período de dois anos, concluiu o curso com grande destaque, retornando ao Brasil. Em 1942, Castello Branco foi promovido a tenente-coronel e mandado aos Estados Unidos para fazer cursos de especialização. Em 1943, no período da Segunda Guerra Mundial, foi escolhido para chefiar a 3ª Seção da Primeira Divisão de Infantaria da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Após mais de um ano e meio de preparação, as tropas brasileiras embarcaram para a Itália em 02 de julho de 1944. O fim da guerra em maio veio com uma promoção para Castello Branco, no dia 17, ao posto de chefe interino do Estado-Maior, recebendo também do Exército Norte-Americano a Estrela de Bronze e uma citação de eficiência no combate. No final de junho do ano seguinte, recebeu sua promoção a coronel. Em 1949, foi transferido para a chefia da Seção de Operações do Estado-Maior e, em 1952, foi promovido a general-de-brigada. Em 1958 foi promovido ao posto de general-de-divisão, e, em 1962, recebeu a quarta estrela, representando sua promoção a general-de-exército. Com os ânimos acirrados na política, com a deposição e depois o retorno, do presidente João Goulart, com amplos poderes no cargo, desagradou a vários segmentos, culminando com a deposição do Presidente e iniciando o período dos governos militares. Humberto de Alencar Castello Branco aceitou a indicação de seu nome, através do Ato Institucional nº 01, de 09 de abril de 1964, para a Presidência da República. Castello Branco tinha mais dois concorrentes à presidência e venceu com 361 votos. Depois que assumiu a presidência, Castello Branco deu continuidade ao processo de cassações de mandatos parlamentares e direitos políticos, que vinham ocorrendo desde o início do movimento militar, onde cassou Juscelino Kubitschek em 08 de junho. Neste período foi instalado o Serviço Nacional de Informação (SNI), sob a chefia do general Golbery do Couto e Silva. Em agosto, era anunciado o Plano de Ação Econômica do Governo, que tinha como objetivos principais conter a inflação e retomar o crescimento econômico. Em novembro foi sancionada a Lei nº 4.464/64, conhecida como “Lei Suplicy”, que proibia atividade política de entidades estudantis. Pouco mais de quatro meses de criado o PAEG, o ano terminava com um índice de inflação de 92,1%, enquanto o crescimento da economia era de 3,4%. Castello Branco, que ficaria no governo pelo tempo restante do governo João Goulart, teve seu mandato prorrogado em um ano, pela Emenda Constitucional nº 09, de julho. Em outubro, Castello Branco baixou o Ato Institucional nº 02, que derrogou a Constituição de 1946 e aumentou os poderes da Presidência da República. Os partidos políticos foram extintos, e a norma para a escolha dos futuros presidentes passou a ser a eleição indireta. A Justiça Militar estendeu sua atuação também para crimes civis contra a segurança nacional. O sistema partidário foi reorganizado pelo Ato Complementar nº 04, assinado em novembro. O Brasil passou a contar somente com 2 partidos políticos: A Aliança Renovadora Nacional (Arena), (aliada do governo e formada pelos integrantes da UDN), e o Movimento Democrático Nacional (MDB), (formado pelos integrantes do PDS e PTB). A inflação anual apresentou queda de 34,2%, enquanto o crescimento da economia era de 2,44%. Em janeiro de 1967, o Congresso aprovou o texto da nova Constituição. Antes de terminar o mandato, Castello Branco editou a nova Lei de Segurança Nacional. Ambos os documentos jurídicos entraram em vigor no dia da posse de Costa e Silva, em 15 de março de 1967. Quatro meses depois de deixar a Presidência, Humberto de Alencar Castello Branco foi vítima de um acidente aéreo, no dia 19 de julho de 1967, numa pequena aeronave em que viajava, colidindo com um dos aviões T-33 que voavam em formação. Neste mesmo acidente, morreram: Cândido Castello Branco, o major Nepomuceno Assis e a escritora Alba Frota. Foi parte de seu discurso: “[...] Não me faltou mesmo a ímpar oportunidade de participar em operações de guerra nos quadros da gloriosa Força Expedicionária Brasileira. Se nos bancos escolares senti em mim mesmo como se forjava o ideal militar, em todos os demais escalões encontrei sempre estimulantes exemplos de devotamento e da maior dedicação. Fruto dessa larga e árdua experiência vivida, desejo aqui transmitir a meus últimos subordinados, nos quais revejo velhos camaradas de longos anos passados, uma derradeira mensagem minha [...] Capacidade profissional, dignidade no exercício de qualquer função, empenho máximo em criar salutar clima de camaradagem, lealdade a toda prova e em todos os sentidos, respeito à autoridade dentro da lei e iniciativa orientada por uma disciplina intelectual consciente [...]”.


Castello Branco

Pesquisa: Hélvio Gomes Cordeiro (membro do Instituto Historiar).
Fonte: Presidentes do Brasil, Editora Rio.

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