quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

DELFIM MOREIRA DA COSTA RIBEIRO:

DELFIM MOREIRA DA COSTA RIBEIRO:Nascido em 07 de novembro de 1868, na Fazenda da Pedra, município de Cristina, Minas Gerais, filho de Antônio Moreira da Costa e Dª Maria Cândida Ribeiro. Quando Antônio Moreira adquiriu a Fazenda da Pedra Redonda, mudou-se com a família para Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas Gerais, mais tarde, passando o nome da propriedade para Fazenda Moreira. Iniciou o curso primário no Colégio Santa Rita, dirigido pelo padre Francisco Fraissat, passando depois para o Colégio Mendonça, em Pouso Alegre. Fez os preparatórios no seminário de Mariana. Aborrecido com a rigidez da disciplina do regime de internato, abandonou os estudos pelo período de um ano. Quando decidiu concluir o curso, foi para São Paulo e matriculou-se no Colégio Joaquim Carlos, que se localizava na Ladeira Porto Geral. Terminado o curso preparatório, ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo em 1886. Em 1888, com seus colegas Pinto de Moura e Estevão Lobo, fundou os jornais “Vinte e Um de Abril” e “A República Mineira”, nos quais publicou vários artigos. Cooperou na reorganização do Clube Republicano Acadêmico. Em 04 de dezembro de 1890, com recém-completados 22 anos de idade, conquistou o grau de bacharel pela Faculdade de Direito de São Paulo. Um ano após a formatura, em 11 de abril de 1891, casou-se com sua prima Francisca Ribeiro de Abreu, que era natural de Pedra Branca (hoje Pedralva), sul de Minas Gerais, e tiveram seis filhos: Antônio, Delfim, Maria da Glória, Francisco, Edgard e Maria Aparecida. Depois de formado, Delfim Moreira foi nomeado promotor público em Santa Rita do Sapucaí, cidade que amou com devoção. Ocupou esse cargo pelo prazo de um ano, passando, em seguida, o de juiz municipal na mesma cidade. Após um ano na função, foi nomeado promotor público, dessa vez em Pouso Alegre, onde também permaneceu por um ano. Iniciou carreira política como vereador, tornando-se logo presidente da Câmara Municipal de Santa Rita do Sapucaí. Na segunda legislatura republicana em Minas Gerais, sendo Bias Fortes presidente do Estado, foi indicado como candidato e eleito deputado estadual (1894-1902). Reeleito para a legislatura seguinte foi convidado a ocupar o cargo de secretário do Interior pelo recém-empossado presidente do Estado, Francisco Antônio Sales. Deixou a função em 1906, quando foi eleito senador federal com a precoce idade de 38 anos. Não se achando com idade e responsabilidade suficiente pra assumir esse cargo, retornou a Santa Rita do Sapucaí, ficando na Fazenda do Turvo, pertencente a parentes, por algum tempo. Em 1908, dois anos depois de eleito para o Senado, foi finalmente ocupar a cadeira que lhe cabia no Congresso no Rio de Janeiro. Em 1910, foi novamente convidado a ocupar o cargo de secretário do Interior; dessa vez, durante o mandato de Júlio Bueno Brandão como presidente do Estado. Chegou ao posto máximo da política estadual em 1914, eleito presidente de Minas Gerais. Durante sua gestão, quem estava na Presidência da República do Brasil era o seu primo Wenceslau Braz. Delfim Moreira dedicou especial atenção à educação e à agricultura, construindo escolas e cuidando da profilaxia de moléstias do meio rural. Dotou o Estado de Minas de pontes e estradas em todos os recantos. No tocante à economia, reduziu consideravelmente o débito flutuante do Estado, que passou de Cr$ 30.094.593,81 para Cr$ 13.000.000,00 ao término de seu mandato. Antes de deixar a Presidência de Minas, concorreu à Vice-Presidência da República e foi eleito. A chapa vencedora para o quadriênio 1918-1922 representou a consolidação da política café-com-leite, com um paulista e um mineiro nos cargos máximos da política nacional: Rodrigues Alves foi eleito pela segunda vez à Presidência, tendo Delfim Moreira como vice, recebendo 382.491 votos. Rodrigues Alves, eleito para um segundo mandato presidencial em março de 1918, permaneceu em sua cidade natal, Guaratinguetá, onde começou a organizar o governo. Em virtude de ter contraído a gripe espanhola e como sua saúde não apresentasse melhoras, enviou em 14 de novembro, na véspera da posse, um comunicado ao Congresso Nacional, notificando que passava o cargo a seu vice, Delfim Moreira – que assim se tornou presidente substituto e sucessor de seu primo e colega de faculdade Wenceslau Braz. Empossado no cargo de presidente em 15 de novembro de 1918, passou a viver uma situação insólita. O presidente eleito e reconhecido instalou-se em sua residência particular do Rio de Janeiro, na Rua Senador Vergueiro, nas vizinhanças da sede oficial da Presidência, o Palácio do Catete. Para lá ia diariamente o presidente em exercício Delfim Moreira para conferenciar e despachar com Rodrigues Alves, procurando sempre cumprir suas determinações. Aos trinta minutos da madrugada de 16 de janeiro de 1919, o presidente Rodrigues Alves faleceu. Durante o período presidencial, que durou oito meses – apenas o tempo para convocar novas eleições, de acordo com a Constituição -, Delfim Moreira governou com o Ministério já escolhido por Rodrigues Alves. A única exceção foi o banqueiro João Ribeiro de Oliveira, a quem nomeou ministro da Fazenda porque o titular indicado pelo falecido presidente, pediu demissão. O curto mandato, conhecido como “regência republicana”, fez com que Delfim Moreira tivesse que agir com moderação e tato, contando para isso com a cooperação de seu conterrâneo Afrânio de Melo Franco, ministro da Viação e Obras Públicas, a quem delegou a maioria das funções da Presidência. De fato, a participação do ministro no governo era de tal ordem que o mandato de Delfim Moreira foi chamado de “o Consulado Melo Franco”. Com a colaboração desse ministro o presidente marcou sua passagem pelo governo principalmente pelas obras na capital federal – de certo modo, dava continuidade aos grandes trabalhos promovidos por Rodrigues Alves em seu primeiro mandato. Era prefeito do Rio de Janeiro o engenheiro Paulo de Frontim, que abriu várias avenidas, aumentou o abastecimento de água e construiu estradas. Quanto às finanças, abaladas pela recém-terminada Primeira Guerra Mundial, foi decisiva a atuação do financista João Ribeiro, que, apesar da agitação política reinante, as deixou saneadas. A doença de Delfim Moreira, cujos sintomas já se haviam manifestado desde os tempos de Presidência de Minas, agravava-se. As eleições de 1919, que levaram Epitácio Pessoa à Presidência, reconduziram Delfim Moreira à Vice-Presidência da república, mas este já não tinha disposição nem saúde para permanecer na política. Após passar o cargo para o presidente eleito no Rio de Janeiro, em julho do mesmo ano, “recolheu-se ao seio da família em Santa Rita do Sapucaí”. Em 1º de julho de 1920, de madrugada, faleceu Delfim Moreira da Costa Ribeiro, cercado por seus familiares em Santa Rita do Sapucaí, ainda sem ter completado 52 anos. Seu corpo foi velado no fórum da cidade, de onde saiu para ser sepultado no jazigo da família Moreira. O enterro de Delfim Moreira foi providenciado pelo governo do Estado, foram fechadas todas as escolas e repartições públicas e quase toda população da cidade acompanhou o enterro até o cemitério, onde foram prestadas várias homenagens ao ilustre falecido. Mais tarde, ergueu-se em frente à sua moradia um busto de bronze feito pelo escultor Antônio de Matos, em cuja base se lê uma das suas mais sugestivas frases: “Fazei todo o bem possível sobre a Terra para que as gerações futuras vos abençoem a memória”. Quando assumiu a Presidência, declarou: “Prometo manter e cumprir com perfeita lealdade a Constituição Federal, promover o bem geral da República, observar as suas leis, sustentar-lhe a integridade e a independência”.
Delfim Moreira

Pesquisa: Hélvio Gomes Cordeiro (membro do Instituto Historiar).
Fonte: Presidentes do Brasil, Editora Rio.

FONTE: http://institutohistoriar.blogspot.com/2008/10/srie-presidentes-do-brasil_12.html

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