quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

ARTHUR DA COSTA E SILVA

ARTHUR DA COSTA E SILVA:Nasceu no dia 03 de outubro de 1899, em Taquari no Rio Grande do Sul, filho de Aleixo Rocha da Silva e Almerinda Mesquita da Costa e Silva. Costa e Silva conheceu as primeiras letras com sua irmã mais velha, Alzira. Matriculou-se na escola de Ana da Silva Jobb, que oferecia internato, semi-internato e externato, atraindo alunos de todo o Estado. Tinha fama de bom aluno e também de mandão, gostava de ler romances e aprendeu a tocar flauta para acompanhar a irmã Sofia ao piano em apresentações familiares. Como o adolescente estivesse prestes a completar os estudos no Colégio Elementar, foi encaminhado pelo pai, em 1912, para o Colégio Militar, em Porto Alegre. Para se adequar aos limites de idade estabelecidos para ingresso na Escola Militar, Costa e Silva passou a declarar ter nascido em 1902. Desde então, passou-se a considerar formalmente esse ano como o de seu nascimento. Em Porto Alegre foi colega de turma de Humberto de Alencar Castello Branco, que se tornou Presidente do Brasil. Ficou no Colégio Militar até 1917, terminando seus estudos na condição de “comandante-aluno”, já que foi o primeiro colocado da turma. Sentou praça em março de 1918 na 1ª Companhia de Estabelecimento, ingressando em seguida na Escola Militar do Realengo no Rio de Janeiro, então Distrito Federal. Na época em que ainda era cadete na Escola Militar Costa e Silva foi aluno do general Severo Barbosa, que afeiçoou-se ao jovem, convidando-o a freqüentar sua casa. O jovem Arthur já estava encantado com a senhorita Yolanda, filha do general. No dia 22 de setembro de 1925, na cidade de Juiz de Fora, era realizado o casamento de Arthur da Costa e Silva com Yolanda Barbosa Costa e Silva. Dessa união nasceu Alcio Barbosa da Costa e Silva, único filho do casal. Depois de ter passado pelo Colégio Militar até 1917, ingressou na Escola Militar, em 1918. Formou-se com a terceira melhor média de sua turma. Em 1921 tornou-se aspirante e foi servir no 1º Regimento de Infantaria, na Vila Militar do Rio de Janeiro onde, dois meses depois foi promovido a segundo-tenente. Fez parte da rebelião do Forte Copacabana que ficou conhecido como “Os 18 do Forte” e marcou o início do Tenentismo no país, sendo detido por três meses. Quando foi solto, o Exército o enviou para a cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Em 1922, alcançou o posto de primeiro-tenente e poucos dias depois, foi chamado a regressar ao Rio de Janeiro, para responder a processo. Afastado temporariamente do Exército, Costa e Silva decidiu trabalhar, escrevendo em jornais. Com a ajuda de Edmundo de Macedo Soares, tornou-se colaborador do jornal “O Imparcial”, assinando com o pseudônimo Raul d’Alva. Graças a seus contatos em Taquari, tornou-se também colaborador do jornal “O Taquariense”, com a coluna “Coisas do Rio”. Além disso, Costa e Silva começou a dar aulas particulares de matemática, ganhando dinheiro para se manter durante o tempo afastado do Exército, que foi de um ano, até que a Justiça Militar encerrou o caso, não aceitando sua culpa no processo. Em 1924, já de volta à tropa na cidade de Santa Maria, Costa e Silva envolveu-se em outro movimento militar: a revolta contra o governo do presidente Arthur Bernardes. Mais tarde, serviu como inspetor de Tiro de Guerra na 3ª Região Militar, na cidade de Porto Alegre, até 1925, quando foi transferido para o 10º Regimento de Infantaria, na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais. Em 1926, seguiu para o 8º Batalhão de Caçadores, na cidade de São Leopoldo, Rio Grande do Sul. Em 1929, estava de novo no Rio de Janeiro, incorporado à 1ª Circunscrição de Recrutamento do Exército. Entre os meses de abril e outubro de 1930, estudou na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, na mesma cidade, terminando o curso com a primeira nota da turma. Meses depois, estourou a “Revolução de 1930”, que colocou no poder o gaúcho Getúlio Vargas. Costa e Silva incorporou-se aos conspiradores do 3º Regimento de Infantaria e, no dia 24 de outubro, participou da ocupação do Palácio Guanabara, que culminou com a deposição do presidente Washington Luís. A promoção ao posto de capitão, ocorrida em agosto de 1931, aconteceu quase nove anos depois da anterior. Nesse posto, foi servir na Vila Militar, no Rio de Janeiro, na Companhia de Metralhadoras do 1º Regimento de Infantaria. Depois de participar contra a “Revolução Constitucionalista” em São Paulo e em cidades do Estado do Rio de Janeiro, conseguiu derrotar os revoltosos. Nova transferência ocorreu em 1935, dessa vez para a cidade de São João Del Rey, no Estado de Minas Gerais, onde ficava o 11º Regimento de Infantaria. No ano seguinte, Costa e Silva iniciou curso de dois anos na Escola de Estado-Maior do Exército, no Rio de Janeiro. Em 1937, atingiu o posto de major. Em 1940, esteve como instrutor-adjunto de tática geral na Escola de Estado-Maior do Exército. Assumiu a direção da Escola de Motomecanização em 1941, e sua promoção a tenente-coronel chegou quatro meses depois. Em 1942, Costa e Silva recebeu a incumbência de organizar a unidade brindada que seria enviada para combate na Itália contra a Alemanha, na Segunda Guerra Mundial. Em 1944, o governo brasileiro o mandou a Fort Knox, nos Estados Unidos, para realizar curso avançado para oficiais, sendo promovido a coronel em dezembro desse ano. No governo do Presidente Dutra, em 1946, Costa e Silva foi nomeado comandante do 9º Regimento de Infantaria, no Rio Grande do Sul, e, em 1948, foi designado chefe do Estado-Maior na 3ª Região Militar, em Porto Alegre. Entre o período de 1950 a 1952, serviu como adido militar junto à embaixada brasileira na Argentina, chegando ao posto de general-de-brigada no final deste ano. Nos quinze primeiros dias logo após a deposição do governo João Goulart, formou-se uma “Junta Governativa” composta pelo general Costa e Silva, pelo brigadeiro Francisco de Assis Correia de Melo e pelo almirante Augusto Rademaker. Em abril de 1964, realizou-se uma reunião no Ministério da Guerra, em que estavam presentes: Costa e Silva, como “Comandante Supremo da Revolução”, os generais Sizeno Sarmento e Juarez Távora, e os governadores que haviam apoiado a deposição do presidente João Goulart: Carlos Lacerda, do Rio de Janeiro; Adhemar de Barros, de são Paulo; Magalhães Pinto, de Minas Gerais; Ney Braga, do Paraná; Ildo Meneghetti, do Rio Grande do Sul; Aluízio Alves, do Rio Grande do Norte; Mauro Borges, de Goiás; e Fernando Correia da Costa, de Mato Grosso. Também compareceram: o ex-governador da Bahia, Juracy Magalhães, e o deputado Costa Cavalcanti. Em 1966, a convenção da Arena homologou o nome de Costa e Silva para a Presidência e o de Pedro Aleixo para a Vice-Presidência. Dois meses depois, Costa e Silva sofreu um atentado no Aeroporto de Guararapes, na cidade do Recife, onde morreram o almirante Nélson Fernandes e o jornalista Edson Régis. Em 03 de outubro de 1966, dia da eleição indireta, toda a bancada do MDB, em protesto, saiu do plenário na hora da votação e Costa e Silva foi eleito pelos que ficaram, com 295 votos. A posse de Costa e Silva ocorreu em 15 de março de 1967 com mandato de cinco anos. No dia da posse entrou em vigor a nova Constituição e a nova Lei de Segurança Nacional, sendo, meses depois, anunciado o ambicioso “Programa Estratégico de Desenvolvimento”, cujo objetivo era atacar as causas da elevação dos preços, possibilitar a expansão da produção e beneficiar o desenvolvimento; transformou o Serviço de Proteção aos Índios em Fundação Nacional do Índio (FUNAI); criou o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral). A mobilização estudantil que se manifestava contra o aumento do preço das refeições, tendo o apoio de outros grupos sociais, estourou, quando o estudante secundarista Edson Luís de Lima Souto morreu ao ser atingido por um tiro disparado por policiais destacados para conter os manifestantes. O fato chocou e sensibilizou os estudantes, que intensificaram o movimento de contestação ao governo. Daí surgiram as greves e choques violentos entre estudantes e policiais. O governo criou o Conselho Superior de Censura para funcionar como regulador do que se publicava ou se dizia na mídia, ligado direto com o Ministério da Justiça. No dia 13 de dezembro de 1968, atendendo a diversas pressões, o presidente assinou o Ato Institucional nº 05 (AI-5), que concedia poderes ilimitados ao presidente, surgindo a partir daí uma enorme lista de cassações de deputados, prefeitos, vereadores, juízes e militares. Tragicamente, a aposentadoria de Costa e Silva se deu a partir de 31 de agosto de 1969, quando foi substituído na Presidência por motivo de saúde (trombose cerebral). Por volta das 13 horas do dia 17 de dezembro de 1969 o general Arthur da Costa e Silva começou a sentir-se mal e, às 15h45, morreu de um ataque cardíaco. Foi parte de seu discurso: “Elegendo-me Presidente da República para o próximo quadriênio, em nome do povo brasileiro, de quem sois legítimos representantes, acabais de conferir-me o mandato mais honroso que um brasileiro pode aspirar. A vossa decisão envolve o ato de suprema confiança que podereis depositar num concidadão. Eu o acolho com grave emoção, a emoção de ingente responsabilidade que, eleito, assumo, desde já, comigo mesmo perante a Nação [...]”.
Costa e Silva
Pesquisa: Hélvio Gomes Cordeiro (membro do Instituto Historiar).
Fonte: Presidentes do Brasil, Editora Rio.

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